segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Tragédia um dia antes de entrar no Exército


24/02/14 02:10
atualizado em 24/02/2014 05:06

Jovem é morto com tiro na cabeça. Moradores fazem protesto e incendeiam ônibus
Rio - Ele iria retirar hoje a farda no quartel. Um dia antes de ingressar no Exército, morreu em meio a uma guerra travada entre duas facções rivais pelo controle do tráfico na Vila Kennedy, em Bangu, Zona Oeste do Rio, que se arrasta há duas semanas. Alexander da Silva Ramos, de 18 anos, foi atingido por um tiro na cabeça enquanto voltava da casa da namorada de moto, ao passar por uma localidade conhecida como Caminho da Vovó, na madrugada de ontem. O amigo dele, que estava na garupa da moto, se feriu no braço.
Há duas versões sobre o tiroteio que matou Alexander. Policiais militares contaram, em depoimento à Divisão de Homicídios (DH), que ouviram disparos. Em seguida, encontraram dois ocupantes de uma moto caídos no chão.
A história contada pelos moradores foi outra. Eles contam que traficantes dentro de um carro atiraram numa guarnição de PMs, que revidaram. Pouco depois, Alexander e o amigo passaram de moto pelo local. Com medo, se recusaram a parar ao serem abordados. Os policiais, então, teriam atirado. Ferido no braço, o amigo de Alexander teria caído.
Ao parar para socorrê-lo, o rapaz foi baleado na cabeça pelos PMs, segundo a versão contada pelos moradores. "Eles não pararam, porque ficaram com medo. Aí, a polícia atirou. O Alex era trabalhador. Foi uma covardia", disse um morador, que não se identificou.
Bombas de gás lacrimogêneo
A morte de Alexander revoltou os moradores, que atearam fogo em um ônibus e outros materiais e fecharam as pistas da Avenida Brasil, ontem de manhã, na altura da comunidade. Cerca de 150 pessoas participaram da manifestação. Policiais militares do Batalhão de Choque (BPChq) foram ao local para tentar acabar com o protesto. Bombas de gás lacrimogêneo foram atiradas em direção a uma feira na praça da Vila Kennedy.

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