Deputado é suplente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia e defende a pena de morte
Foto: João Bita/Alepe
O deputado estadual Joel da
Harpa (PROS) reiterou durante a sessão desta terça-feira (26), na
Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), as declarações dadas no
dia anterior a respeito da morte de criminosos em ações da polícia. Joel
havia defendido que os números de mortos nesses casos não deveriam ser
contabilizados como homicídios pelo programa Pacto Pela Vida porque
"bandido que troca bala com a polícia tem que morrer".
"Eu gostaria de continuar afirmando a
minha palavra de ontem. Mas, lógico, com a devida proporção que deve ser
tomada. Eu, particulamente, em 17 anos de polícia, já participei de
várias ocorrências de tiroteio, de troca de bala com bandido, e nunca
atirei no bandido pensando em pegar na perna. Porque na hora da
adrenalina não dá para mirar, não dá para pensar onde a gente vai
acertar", disse no plenário da Alepe. Joel da Harpa é policial militar e
foi um dos líderes da greve da PM em Pernambuco no ano passado.
"Entre morrer o policial e morrer o
bandido, eu continuo dizendo que prefiro que morra o bandido, que ele
pague com a vida", afirmou ainda. "Prefiro que morra mil bandidos, do
que que morra um policial", repetiu o parlamentar, que é suplente na
Comissão de Direitos Humanos da Assembleia.
O deputado, que é evangélico, também
disse defender a pena de morte porque, em sua opinião, ela não é
proíbida por Deus. Joel da Harpa, disse defender a vida dos "homens e
mulheres de bem".
Ao JC, o deputado
explicou que não acha que os policiais devam sair de casa pensando que
vão matar um criminoso, mas que eles precisam se sentir protegidos pelo
poder público em suas ações caso precise usar a arma.
"A gente tem visto hoje que o policial
tem se sentido coagido e muitas vezes, com a sua própria arma de fogo,
com a sua pistola na cintura, ele fica preocupado em usá-la. E aí ele
acaba perdendo a vida, ou não age em prol do cidadão, porque fica com
receio de usar a arma de fogo", declarou.
"O policial precisa se sentir protegido e
saber que se for preciso usar o armamento, e até tirar a vida de um
meliante em uma ocorrência no estrito cumprimento do dever legal, que
assim o faça. E que não abra mão de usar a força necessária para
proteger a sua vida e proteger a vida do cidadão", defendeu ainda.
As declarações do deputado haviam sido
criticadas pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em
Pernambuco (OAB-PE), Pedro Henrique Reynaldo Alves, que classificou o
discurso como lamentável e disse que a visão dele era equivocada.
Entre janeiro de abril de 2015, o Pacto
Pela Vida registrou 1.304 casos de assinassinato em Pernambuco. O número
representa um aumento de 11% em relação aos casos registrados em 2014.
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