IPHAN faz visita oficial ao Sítio Arqueológico de Lagoa D'anta
Na última terça-feira (01), uma equipe composta por arqueólogos, antropólogos e autoridades da prefeitura e, câmara dos vereadores (do município de Lagoa D'anta), estiveram visitando o terreno de “Sítio Queimado”. A intenção da visita era constatar se realmente a peça proto tupi, encontrada por um morador local, pertenceria de fato a um sítio arqueológico.
Durante a visita, o arqueólogo Iago Albuquerque, membro do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, confirmou que a área onde a cerâmica indígena foi retirada, há três anos, caracteriza um sítio arqueológico.
De acordo com a Lei 3.924/61, o local agora está sob a proteção do IPHAN, constituindo crime a retirada de qualquer objeto do lugar, bem como danificação das peças. Este local era usado para a retirada de areia para construção civil. Foi assim que o estudante Marcelo Sena conseguiu encontrá-la.
De cordo com a antropóloga Taís Cruz, que fez a primeira identificação da peça de cerâmica, várias histórias apontam para existência de índios naquela região. “Ontem estive com alguns moradores de Lagoa D'anta, incluindo um historiador local, que é também diretor da escola pública Antônio Pinheiro, além dos relatos sobre histórias de índias capturadas que teriam sido desposadas por forasteiros, constatam-se, marcantes traços físicos indígenas na população local”, afirma.
Apesar de a área ter sido isolada pela prefeitura (com estacas e arame farpado) foi visível as marcas recentes de algo que poderia ser uma escavadeira. As últimas peças que teriam sido achadas ainda este ano, teriam sido transformadas em pó. “No dia 18 de agosto, recebi do aluno Marcelo Sena várias fotos das prováveis cerâmicas indígenas. Elas estavam quebradas, mas estavam ainda em estado de total restauração. Contudo, na manhã do dia (01), elas foram encontradas todas destruídas”, denunciou.
De acordo com Taís Cruz, os próximos passos serão: notificação oficial pelo IPHAN de que a área deve ser interditada; embargo do aterro sanitário que está sendo feito no local do sítio arqueológico e, a elaboração de um plano de ação para dar início às escavações. “Além dos trâmites burocráticos, também estamos traçando com o diretor da escola Antônio Pinheiro, um projeto pedagógico onde falaremos sobre a importância da preservação das peças. Faremos também uma palestra sobre os hábitos e costumes dos tupinambás, uma vez que podem ter sido os ancestrais mais remotos de Lagoa D'anta”. Concluiu.
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