Há 25 dias, desde que a notificação de casos de gestantes com manchas vermelhas na pele se tornou obrigatória, o Estado do Rio já recebeu 341 registros de grávidas com suspeita de zika. Em média, 14 casos a cada 24 horas. Até o momento, quatro tiveram o diagnóstico confirmado, mas ainda não se sabe se os fetos apresentam microcefalia. Apesar disso e dos alertas das autoridades de saúde, muita gente ainda não se mobilizou para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite além de zika, dengue e chikungunya, de casa.
Nesta sexta-feira, cerca de 20 agentes da Secretaria municipal de Saúde do Rio percorreram casas do Morro Santa Marta, eliminando focos do mosquito. A ação na comunidade de Botafogo, na Zona Sul, foi a primeira de uma série de mutirões planejados pela prefeitura: hoje, os agentes estarão no Morro da Providência e, na semana que vem, irão a Madureira e Santa Cruz.
Pequenas ações podem ser efetivas no combate aos focos. Segundo Cristina Lemos, superintendente de Vigilância em Saúde da secretaria, é fundamental fazer uma vistoria em casa pelo menos uma vez por semana.
— Os ovos do mosquito sobrevivem por muito tempo inertes em locais secos e, ao entrar em contato com a água, têm um prazo de evolução de sete dias. Por isso, uma vez por semana é preciso eliminar qualquer foco de água parada dentro e fora de casa — explica ela, que recomenda instalar telas nas janelas ou mantê-las fechadas no fim da tarde.
Madureira em alerta
O levantamento da prefeitura que mostra a infestação pelo mosquito Aedes aegypti nos imóveis acendeu um sinal de alerta na região da AP 3.3, que compreende Madureira e adjacências. Nessa área, foi encontrada a maior concentração de focos por domicílio. Nesta sexta-feira, na UPA de Madureira, a dona de casa Indaya Ribeiro, de 47 anos, buscava atendimento. Moradora de Turiaçu, ela relatava sintomas da doença, que também atingiu pessoas próximas:
— Estou com coceira, mal-estar e dores nas articulações há quatro dias. Soube que um conhecido do meu marido faleceu na madrugada de ontem (anteontem) com zika. A gente fica preocupado.
Com o teste que confirma a zika nos cinco primeiros dias da virose sendo oferecido apenas a gestantes e bebês com microcefalia — na rede privada, ele custa cerca de mil reais — a maioria dos diagnóstico é feito com base nos sintomas.
Foi o caso de Larissa Ponti, atendente de loja em um shopping de Irajá. Ela e colegas de trabalho adoeceram na última semana.
— Os médicos não me deram uma resposta concreta. Disseram que podia ser zika, dengue ou virose — conta.
Luísa Guimarães, moradora de Rocha Miranda, afirma que sua irmã contraiu zika na última semana:
— Fico preocupada principalmente pela minha filha pequena, que tem 1 ano.
Apenas na cidade do Rio, a Secretaria de Saúde registrou, entre outubro e a primeira semana deste mês, 419 casos suspeitos de zika. Destes, 85 foram confirmados após testes sanguíneos.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/saiba-como-expulsar-mosquito-da-zika-da-sua-casa-18279811.html#ixzz3u6Lz82M4
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